quinta-feira, 17 de abril de 2008

There's No Place Like Home

Talvez por ter ido a trabalho e numa altura do ano pouco favorável, a verdade é que (ao contrário da maior parte das pessoas) não fiquei apaixonada por Berlim.

Com uma agenda preenchidíssima e uma única tarde livre, acabei por não conseguir ver praticamente nada para além do hotel e dos (excelentes) restaurantes onde tive a oportunidade de jantar.

Tive pena de não ter conhecido a cidade a pé, como gosto de fazer. De não ter entrado nas inúmeras galerias, museus, teatros e salas de ópera que fazem da (novamente) capital alemã uma das maiores metrópoles culturais do mundo. De não ter sentido com as minhas mãos aquilo que resta do Muro. De não me ter sentado na margem do rio Spree. De não ter passeado pelos inúmeros parques, bosques e lagos que compõem um terço da sua área. Em poucas palavras, de não ter vivido a cidade, como ela - assim como todas as outras - merece.

Reduzida a um passeio de três horas num autocarro turístico com duas únicas paragens (Checkpoint Charlie e Porta de Bradenburg), numa tarde fria e demasiado chuvosa para ser verdade, o resultado foi uma percepção triste e insuficiente da cidade. Achei-a cosmopolita e grandiosa - mas também fria e pouco acolhedora. À excepção dos funcionários do hotel e de uma ou outra pessoa, achei os berlinenses igualmente distantes e pouco calorosos.

Na viagem de volta, dei por mim a pensar que prefiro mil vezes a genuidade das Ramblas da minha Barcelona ao sucedâneo dos Champs Elysées que é a Kurfürstendamm. E a simpatia (muitas vezes artificial, decerto) com que se recebe na minha Nova Iorque à frieza dos alemães. E, sobretudo, a "alma" de todos os que habitam a minha Lisboa à aparente falta dela dos que habitam Berlim.

Mas se calhar a culpa foi mesmo do tempo. Ou da falta dele.

Ou talvez não.

4 comentários:

Vespinha disse...

Daqui a um mês dou-te a minha opinião! Mas é precisamente para sentir a cidade que optei por alugar um apartamento e não ir para um hotel... e andar de bicicleta em vez de autocarro. Vamos ver se o tempo ajuda!

Docinho disse...

De muitas cidades que já consegui cruzar a pé... a sensação que tenho é que o tempo (clima) e o que fazemos dele (relógio) também são responsáveis pela percepção que se tem de um lugar... isso e claro... a companhia ; )
Tens de voltar lá... desta vez... para andar de mão dada!
Não é PM?

Beijos menos ansiosos... e já a sonhar com esses passeios ; )

Caroline disse...

Eu cá gostei... só estive um dia... e com um propósito... visitar só depois da 16h... acho... vias as portas de Bradenburg à meia noite... mas valeu-me o beijo de cinderela ao som das badaladas...
Fiquei com muita vontade de voltar... de viver a cidade ;o)
Tocar o muro foi uma emoção :)
Mas continuo a preferir a magia de Paris... a agitação de Nova Iorque... e a singularidade de Bora Bora...
Lugares que certamente vou voltar... uma e outra vez...
Beijos apaixonados... pelo mundo ;o)

M disse...

eu tive a mma sensação por frankfurt....

e daqui a menos de quinze dias estou em amesterdão! :P

bj meu