domingo, 18 de maio de 2008

A Casa Quieta

Já acabei de o ler há imenso tempo (aliás, li-o em três dias), mas só agora me lembrei de comentar "A Casa Quieta".

Logo à partida, irritou-me a cópia descarada do estilo de Lobo Antunes, que já tinha antevisto nas crónicas da Máxima, embora seja obrigada a admitir que Rodrigo Guedes de Carvalho (também) sabe escrever bem assim. É um estilo cansativo e que requer alguma habituação, mas a verdade é que nos transporta para a cabeça das personagens como nenhum outro, para além de ter a capacidade de incutir um ritmo de leitura bastante acelerado, a roçar o hipnótico.

Gostei da alternância inesperada de narradores (ou será de pensadores?) e dos avanços e recuos cronológicos da narrativa.

Não gostei do pessimismo constante que marca o livro (ninguém é ininterruptamente infeliz durante vinte anos, quanto mais uma família inteira), da fundamentação deficiente de alguns factos (por exemplo, a alienação do irmão de Salvador), da profundidade fingida e da total ausência de conteúdo digno desse nome.

No final, para além de imensamente deprimida, fiquei com uma estranha sensação de literatura light muito bem "embrulhada"...

6 comentários:

M disse...

e o q se segue?
eu ainda ando no mm...há n sei qts mese :/ e é bom..n tenho é tempo...

bj meu

Docinho disse...

Tristeza já chega aquela que de vez em quando nos assola ; )
Passa a outro!

beijo light... embrulhado ; )

Caroline disse...

com uma crítica dessas... ui!
Beijo a escolher outro!

Anónimo disse...

Nesse caso amiga Mary, acho que vou devolver-lhe o livro sem o ler, já que nao preciso de mais nada que me deprima, livra!

Cookie disse...

Pois eu estou a fazer um esforço enorme para não desistir a meio deste livro, pela segunda vez. Não gosto... Mas vou tentar acabá-lo...
O que está dificil, porque pelo meio comecei a ler um livro de um escritor (concorrente de profissão do RGC) do qual gosto muito mais em termos de estilo de escrita. Estou a ler a Formula de Deus do José Rodrigues dos Santos... Que tal como os outros que já li (A Filha do Capitão e o Codex 632) é um livro que, apesar de grande, não se lê, devora-se...

Beijos a queimar as pestanas
M.

Mary disse...

Cookie, então estás a gostar dos livros do José Rodrigues dos Santos? Obrigada pela dica, vou já atacá-los - ofereci-os ao meu Pai e vou pedi-los emprestados :-)